Análise da Secretaria de Política Econômica destaca que pelo 21º mês consecutivo o resultado ficou acima do valor previsto pelo mercado
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) divulgou nesta quinta-feira (26/5) o boletim de análise Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais. Durante coletiva virtual, o coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Ricardo de Brito Gadelha, apresentou dados sobre o cenário econômico atual e expectativas para a arrecadação federal que comprovam a força da retomada da atividade econômica do país.
“A arrecadação total das receitas federais em abril de 2022 foi 7% superior ao valor projetado pelo mercado. Pelo 21º mês consecutivo, o resultado realizado ficou acima do valor esperado por analistas de mercado”, afirmou Gadelha. Os dados são do Prisma Fiscal – sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela SPE para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras, a saber: arrecadação total das receitas federais, receita líquida do governo central, despesa total do governo central, resultado primário do governo central e dívida bruta do governo geral.
Panorama macroeconômico
Em relação ao panorama macroeconômico, a SPE apresentou dados da passagem de fevereiro para março, divulgados pelo Banco Central do Brasil e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), proxy mensal do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,34% em fevereiro. “Para março, indicadores já conhecidos sugerem nova alta do IBC-Br, sobretudo pela influência do setor de serviços, impulsionado pela reabertura da economia”, aponta a SPE.
Na passagem de fevereiro para março, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE) registrou que as vendas do varejo avançaram 1% em março, o terceiro mês consecutivo de alta. Já a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE) mostrou que esse setor avançou 1,7% em março. Com o resultado, o setor de Serviços recupera a perda de 1,8% de janeiro, alcança o maior nível desde maio de 2015 e fica 7,2% acima do patamar pré-pandemia. Por fim, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE) indicou que a produção industrial cresceu 0,3% em março.
Ainda segundo a apresentação da SPE, as vendas de veículos voltaram a crescer em abril. No mês passado, foram emplacados 147,2 mil veículos. Em relação a março, trata-se de um crescimento de 6,7%, que refletiu principalmente o aumento das vendas de veículos leves.
Já na passagem de março para abril, os indicadores de confiança da Fundação Getúlio Vargas (FGV) também apresentaram desempenho sólido. O índice de confiança do consumidor, por exemplo, subiu 3,8 pontos em abril, revertendo a queda observada em março e atingindo 78,6 pontos. O índice de confiança de Serviços avançou 4,0 pontos, ao mesmo tempo em que a confiança do empresário da construção civil avançou 4,8 pontos na passagem de março para abril, mais do que compensando a queda de 0,8 ponto registrada no mês anterior e atingindo 97,7 pontos.
Consolidação fiscal
Para Sérgio Ricardo de Brito Gadelha, os efeitos do processo de consolidação fiscal, bem como das reformas estruturais e reformas microeconômicas para estimular a produtividade, afetam positivamente o crescimento econômico de longo prazo. A maior taxa de poupança privada, o controle dos gastos governamentais e o processo de concessão de investimento são consequências dessas medidas, melhorando o ambiente de negócios e possibilitando ao setor privado investir nos ramos de atividade econômica em que há maior produtividade.
Mercado de trabalho
Os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sinalizam que o emprego formal encerrou o primeiro trimestre do ano em um ritmo forte. Em março, houve criação de 136 mil vagas com carteira assinada. O destaque foi para o setor de serviços. “Para os próximos meses, os indicadores conhecidos até o momento sugerem continuidade da expansão do emprego formal, o que deve dar suporte ao consumo das famílias”, analisa a SPE.
A taxa de desemprego recuou e atingiu 11,1% no trimestre terminado em março. Houve crescimento tanto do emprego formal quanto do informal. Além disso, os salários continuam a se recuperar moderadamente, após uma queda substancial durante o segundo semestre de 2021.
Fonte: RFB