Secretaria de Política Econômica apresenta o primeiro Boletim Macrofiscal de 2023


Secretaria de Política Econômica apresenta o primeiro Boletim Macrofiscal de 2023

Material estima crescimento do PIB em 1,6% no ano; IPCA de 5,31%; INPC de 5,16% e IGP-DI em 3,85%

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou nesta sexta-feira (17/3) o primeiro Boletim Macrofiscal de 2023. Em destaque, as principais estimativas atualizadas da grade de parâmetros macroeconômicos para este ano, com revisões das projeções de crescimento e inflação comparativamente às de novembro de 2022. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa com as participações do secretário de Política Econômica, Guilherme Mello; da subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal; e da subsecretária de Política Fiscal, Débora Freire. A equipe assinalou que as estimativas presentes no boletim de novembro estavam descoladas da realidade atual, principalmente ao se considerar o cenário internacional de baixa liquidez e a desaceleração do mercado de crédito.

A projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 foi revisada de 2,1% para 1,6%. Conforme o titular da SPE, uma combinação de fatores internos e externos impactaram as estimativas de crescimento. No panorama global, há reflexos negativos provocados por restrições de liquidez. No cenário interno, Mello afirmou que um dos principais fatores que inibem maior capacidade de retomada do crescimento refere-se aos juros altos: “É fato que a maior taxa real de juros do mundo afeta o mercado de crédito". O secretário apontou que quanto mais cedo houver sinalização de queda da Selic – a taxa básica de juros da economia –, mais rápido ocorrerá a retomada do mercado de crédito e, consequentemente, dos níveis de atividade.

Guilherme Mello indicou que, em contraponto a fatores que afetam negativamente as perspectivas econômicas, há também um conjunto de elementos positivos, impulsionados principalmente por medidas de proteção social e de facilitação do crédito. Entram nessa lista medidas como a valorização do salário mínimo, com ganho real acima da inflação; o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF); o iminente lançamento do Programa Desenrola, que vai resgatar o fôlego das famílias de baixa renda no acesso ao crédito; a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida; o novo Bolsa Família; a prorrogação da contratação e da carência para as linhas do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac) e do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe); e a PEC da Transição, que deu margem à ampliação dos investimentos públicos. Além dos programas oficiais, a projeção de nova safra recorde e da retomada do crescimento da China também ajudam a estimular o crescimento brasileiro.

Para 2024, a SPE estima alta de 2,34% do PIB e de 2,76% em 2025 (ante 2,5% para ambos os anos, no boletim anterior). O PIB nominal é estimado em R$ 10,711 trilhões em 2023 e de R$ 11,502 trilhões em 2024.

Inflação

Houve também alinhamento das projeções para inflação. A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) agora é estimada em 5,31% em 2023 (ante estimativa de 4,60% no boletim de novembro passado). Ou seja, a SPE alerta que, pelo terceiro ano consecutivo, a inflação deverá permanecer acima do intervalo superior da meta. Guilherme Mello advertiu, entretanto, que é possível traçar estratégias para reduzir juros, mesmo com a inflação acima da meta, tendo em vista os efeitos defasados da política monetária.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a nova estimativa aponta para variação de 5,16% no ano (frente a 4,90%, no boletim anterior). Já o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) agora é considerado no patamar de 3,86% em 2023 (ante estimativa anterior de 4,55%). Apesar do aumento na projeção para a inflação de 2023, o cenário ainda é de desaceleração dos preços comparativamente a 2022, sendo que o processo de desinflação já pôde ser parcialmente observado de janeiro a fevereiro, aponta o boletim.

Prisma

Ao comentar os dados do novo boletim, a equipe da SPE destacou também que as projeções do Sistema Prisma mostram melhora das expectativas para o resultado primário e para a Dívida Bruta do Governo Geral em relação ao PIB em 2023. Tal convergência sinaliza que as instituições de mercado vêm reagindo de maneira positiva às medidas anunciadas nesse início de governo.

O Prisma Fiscal é um sistema de coleta de expectativas de mercado, criado e gerido pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, para acompanhamento da evolução das principais variáveis fiscais brasileiras sob a ótica de analistas do setor privado.

Fonte: Ministério da Fazenda

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