Planejamento tributário. Quanto vale seu sono?


Planejamento tributário. Quanto vale seu sono?

Werinton Garcia dos Santos

Qual o valor de uma noite tranquila? Se pudéssemos precificar tenha certeza que não haveria consenso. Isso porque nós vivemos de momentos e o sono pode ser algo subjetivo, exemplo são aqueles que tem sono fácil, assim dormem quando querem, esses não pagarão muito por ele. Mas, veja as pessoas que sofrem de insônia, que madrugadas a dentro definham seus pensamentos em busca de alcançar uma paz que só se encontra no profundo do sono, esses sim, se pudessem pagariam fortunas.

Um dos principais ditados que temos faz a relação direta entre nossos problemas e o sono: “esse problema está me tirando o sono”. Tenho pessoalmente a compreensão que o sono é o medidor de nossas angústias, aflições e consequência do momento que vivemos, algo já afirmado biblicamente em Provérbios, 3, vs 21 a 24:

Meu filho, guarde consigo

a sensatez e o equilíbrio,

nunca os perca de vista;

Trarão vida a você

e serão um enfeite para o seu pescoço.

Então você seguirá o seu caminho

em segurança e não tropeçará;

Quando se deitar, não terá medo,

e o seu sono será tranquilo.

Não lhe parece um assunto estranho para quem trabalha com gestão empresarial, planejamento tributário, SPED? Não se engane há uma relação.

O produto jurídico mais vendido no Brasil hoje é o chamado planejamento tributário, algo altamente vantajoso a vista dos profissionais e empresários por normalmente tratar-se de bons ganhos econômicos, todavia, ressalvo aqui nem sempre responder tal sucesso. Digo isso por conhecimento de causa pois estou nesse mercado há 15 anos e firmo posição de que há uma infelicidade de alguns profissionais e empresas de consultoria em constituírem verdadeiros sonhos, mas será que realmente os empresários podem dormir tranquilo? O que tenho visto são empresas com a vida enrolada em processos juntos as DRFBs e profissionais e empresários que guardarão grande parte do seu tempo produtivo administrando problemas.

Hoje pela manhã no trajeto para o trabalho ouvi no noticiário por rádio reportagem que retratava sobre servidores públicos e empresários sendo questionados por medidas ilegais adotadas em julgamentos que tiveram decisões favorecidas pelo CARF, que, pra quem não sabe, é o órgão administrativo de maior instância que julga processos do fisco federal contra contribuintes. Ou seja, o que era planejamento não era realmente planejamento, tratava-se de um ilícito com conivência ou não do empresário, digo isso porque muitos empresários entram nessas roubadas por ganância, mas desconhecem realmente a matéria.

Em tempos em que a corrupção tomou nossas manchetes tudo parece normal, é apenas mais uma matéria. São altos empresários envolvidos em práticas fraudulentas e que abastecem toda uma estrutura viciada e podre do poder executivo brasileiro. Para nós cidadãos estamos nos sentindo de fora, porque não pegarmos nossa parte? A verdade é que já recebemos ela, através das estradas destruídas que andamos, do sistema de saúde fracassado que usufruímos, do transporte público caótico, e da segurança ou insegurança a que somos vítimas.

É tempo de declarar o IRPF de 2015, você já pensou no jeitinho brasileiro para reduzir os impactos do leão? Para a massa empresária, e deixo aqui meu registro de exceção aos bons empreendedores, bom contador é aquele que o faz pagar pouco, como se o profissional fosse o responsável pela sua renda ou pela legislação que o compreende.

A verdade é que precisamos mesmo de controle, por isso está aí nossa nova vida spediana (suas informações no SPED), e que está exigindo desde já uma drástica mudança de cultura dos empresários e profissionais, e isso é só o começo. Quem não mudar, será retirado à força nem que seja pelo japonês da Federal, simples assim.

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dirpfIRPF , sono , tributário , planejamento